quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Fim de 2015 (Poema de Paulo Schiavon)



Corre que o ano está indo embora.
Pegue as coisas boas
e deixa-o levar as ruins.
Que fiquem as boas recordações.
Os beijos, os abraços e 
as grandes trepadas.
Que fiquem os aumentos de salário,
as promoções e os novos empregos.
Que fiquem os sonhos ainda não realizados.
Que fiquem os lugares por onde se passou.
Que fiquem as ruas e vielas,
as cidades e os vilarejos,
e as pessoas que ali vivem ou viviam.
Que fique tudo aquilo que nos fez sorrir,
rir e gargalhar.
Que fiquem as amizades sinceras.
Que fiquem as florestas, os mares, os lagos,
as montanhas, as planícies e os rios.
Que fiquem os bichos de todas as espécies
que lá vivem. Incluindo nós.
Que fique a música que nos encantou,
a poesia que nos fez sonhar
e o livro que nos fez mudar.
E que nasçam sempre crianças
para nos substituir quando o ano nos levar.
Enquanto isso que fique o carinho que sinto por você.
Tão distante e tão sonhado.
Tão presente e tão passado.
Adeus ano velho.


Paulo Cezar Schiavon


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Homenagem ao cadáver desconhecido (Suzana Azoubel)





Dissecaram minha carne
E entre nervos e vasos
Esqueceram minha alma

Fui cortado e degolado
Não senti dor
Não gemi, não gritei
Passivo em minha matéria,
Ensinei
Desfigurado pelo formol
Ainda servi.

Nunca em minha vida indigente
Fui tão cortejado;
Nunca quando doente
Tão assistido.
Não tenho nome, tenho número.
Sou uma peça.
Sou na morte, a vida que resta
Sou do fim o grande começo.

De: Suzana Azoubel

sábado, 15 de agosto de 2015

Black Sabbath (Ian Gillan) Born Again

Reencarnação


Sibila entre as lápides da necrópole o vento triste da tarde monótona.
É um dia comum.
Ninguém vem em busca de seus mortos.
O cemitério está vazio e adormecido na melancolia do abandono !
Mas se olhos de carne aparecessem 
Não veriam a população invisível que pulula entre os túmulos.
Os seres ocultos que perambulam pelas estreitas vielas de sepulcros.
Almas angustiadas e desiludidas
Choram inconformadas sobre os despojos.
Despojos que já não lhes pertencem,
E à natureza voltam os átomos que lhes formaram.
Não vislumbram, essas almas, o horizonte infinito
De vida imorredoura que se abre adiante.
Apegadas à ultima experiência terrestre
Se jogam sobre seus restos mortais
Como a querer ressuscitá-los, 
Levá-los de volta ao baile vicioso das convenções humanas.
Delitos, crimes, descuidos morais aparecem agora em suas telas mentais.
Juízes implacáveis jogam-lhe em rosto os deslizes perpetrados.
Angustia e sofrimento.
Lágrimas amargas de revolta ou de arrependimento.
Não enxergam os bons gênios que lhes assistem no transe doloroso.
No trabalho  do alívio e esclarecimento.
Apenas se prendem ao motivo de suas desditas.
Alheios ao espetáculo belíssimo da vida infinita.
Mas Deus não descansa nunca a Sua misericórdia.
Socorre  - com Seus bons gênios - seus filhos desgraçados onde estiverem.
Novos caminhos e horizontes se abrem.
Reencontrarão a trilha perdida no colo terno de uma nova mãe.
No seio seguro de uma nova família.
Na experiência de um novo corpo humano.
Na vereda renovadora e salutar de uma nova encarnação !
Não lembrarão mais os uivos tristes do vento entre as lápides.
Não mais buscarão o corpo velho que devolve à natureza as partículas que lhes formaram.
O juiz implacável não mais lhes cuspirá em rosto os erros pretéritos.
A lembrança adormecida é o esquecimento bendito que lhes garantirá paz de espírito.
...e lhes norteará na busca dos valores eternos.
Sim, é a criança - o recém nascido, que traz alegria à família,
E satisfação aos pais exultantes,
Espírito antigo, talvez antigo comparsa,
Companheiro de distante ou recente passado !
Deus nos encandeia os destinos, nos vela,
Nos faz tomar o caminho de um progresso incessante.
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Na manhã bonita e clara, o vento sopra calmo;
O Sol entra pela janela aberta iluminando o quarto,
Onde um bebê sorri em um berço, entretido com algum brinquedo,
Sob o olhar carinhoso e complacente de uma mãe feliz,
Que o guiará na nova encarnação,
Na vereda infinita que é a vida.



quinta-feira, 30 de abril de 2015

Tenor Ion Buzea canta "Ti Voglio tanto bene"





Nenhuma outra estrela brilha lá no céu, minha estrela és tu - no meu caminho. 
Tu me acompanhas e segue o meu destino 
Tu és a vida e a felicidade 
Diga-me que teu amor não morre, é como o sol de ouro, que não morre jamais. 
Diga-me que não sabes enganar um coração, que o sonho meu de amor para sempre és tu. 
Anjo querido, Quero-te tanto bem, não tenho ninguém no mundo mais querido do que tu. 
Amo-te, Oh sonho meu de amor, a vida do meu coração és somente tu.
Anjo querido, te quero tanto bem, não tenho ninguém no mundo mais querido do que tu. 
Amo-te, sonho meu de amor, a vida do meu coração é somente tu!